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São Paulo ganha novo espaço de cultura: Casa Gabriel abre suas portas com a exposição "Tempo e Transparência"

Idealizada pela empresária e artista cearense Renata Vale, o novo espaço propõe um olhar generoso sobre a cultura e a arte brasileira, com ênfase na riqueza, sensibilidade e pluralidade do Nordeste. Exposição de abertura tem curadoria assinada por Marcus Lontra.

Fachada da Casa Gabriel – Jardim América, São Paulo.

Foto: Tácito Carvalho e Silva

 

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A cidade de São Paulo ganha um novo espaço dedicado inteiramente à cultura e à arte. Localizada no número 2906 da alameda Gabriel Monteiro da Silva, no bairro Jardim América, a Casa Gabriel abre as suas portas no dia 09 de novembro. Idealizada e dirigida pela fotógrafa e empresária cearense Renata Vale, a Casa Gabriel se propõe a ser um espaço de cultura cujo objetivo é produzir e difundir arte e conhecimento, com ênfase na produção do Nordeste brasileiro e em novos talentos, oferecendo vivências culturais por meio do exercício do debate e dos aprendizados que o diálogo é capaz de fomentar.

 

“O novo espaço foi pensado, inicialmente, para ser um estúdio fotográfico. A ideia de construir uma casa de cultura se concretizou enquanto as paredes da construção iam se levantando. O sonho veio com a minha vontade de criar um local de acolhimento da cultura e das artes, com um olhar atento para as manifestações artísticas nacionais e internacionais, porém, sobretudo, que enfatizasse a produção artística do Nordeste brasileiro. Tenho muita consciência da riqueza e do vasto repertório cultural que o Nordeste produz.”, diz a fundadora do espaço, Renata Vale.

 

A inauguração no novo espaço será marcada pela abertura da exposição “Tempo e Transparência”. Com curadoria de Marcus Lontra, a mostra coletiva reúne um conjunto de obras de seis importantes artistas contemporâneos cearenses: Azuhli, José Leonilson, Luiz Hermano, Tetë de Alencar, Sérgio Gurgel e Sérvulo Esmeraldo.

 

A mostra referencia, inicialmente, Sérvulo Esmeraldo, artista seminal nos movimentos da arte construtiva e cinética brasileira; cujo trabalho dialoga com as obras de José Leonilson e Luiz Hermano, expoentes da relação entre arte e processos artesanais, característica dos anos 80. Os três – Sérvulo Esmeraldo, Leonilson e Luiz Hermano – tem em comum uma espécie de ‘artesania’ em suas obras – rendas com material rígido, bordados, materiais industriais –, remetendo ao trabalho das rendeiras cearenses de forma elegante e provocativa. Num outro eixo, Tetê de Alencar incorpora valores subjetivos e uma poética intimista, além de ampliar o potencial visual da exposição com instalações, vídeos e objetos não convencionais, enquanto Azuhli e Sérgio Gurgel apresentam um conjunto de obras de grande força expressiva e impacto visual imediato.

 

Nas palavras do curador, “são obras inquietantes e surpreendentes, que trabalham a ideia da relação do artesanato, de uma construção de obra que dialoga, de certa forma, com tudo o que encontramos ao caminhar na rua. É a arte popular em seu sentido mais amplo – aquela que vemos nas periferias de São Paulo, Rio e Fortaleza, mas com um tratamento muito erudito e sofisticado.”, explica Lontra.

 

“Quando uma pessoa se dedica a entender um lugar, ela consegue ver toda a riqueza daquela história. E no Nordeste, principalmente os artistas nordestinos, – existe uma coisa muito curiosa sobre a maior parte deles, que é o fato de conseguirem ter uma linguagem muito sofisticada. As cidades de Fortaleza e Recife, por exemplo, são lugares com uma vida cultural muito intensa! Não devem nada a cidades como Rio e São Paulo. Mas, ao mesmo tempo, eles têm uma ‘pegada’, uma sensibilidade de uma cultura popular que está ali pulsando, que está muito evidente. Então é a mistura perfeita entre o popular e o erudito.”, comenta o curador da mostra, Marcus Lontra.

 

Como ponto de referência, são todos eles artistas cearenses que, ao extrapolar os limites do regionalismo, projetam imagens que se inserem no cenário da arte contemporânea nacional e internacional. Sem menosprezar algumas características locais, com origem na tradição visual nordestina, esse grupo de artistas integra aspectos subjetivos e objetivos, provocando equações poéticas de extrema sensibilidade e inteligência.

 

No dia da abertura (09/11), está programada uma conversa entre o curador e os artistas Azuhli e Sérgio Gurgel.

 

 

 

Sobre a Casa Gabriel

 

A Casa surge, então, como um espaço de arte que apresenta obras de artistas de diferentes gerações e linguagens, mas com ênfase na produção artística e cultural do Nordeste brasileiro, e que desenvolvem pesquisas relacionadas com a memória, a construção do gesto, o equilíbrio e a leveza, as sutilezas formais e a potência cromática.

 

Exposições, cursos, conversas e seminários fazem parte da grade de programação da Casa, um local que, para além de aproximar e acolher a pluralidade de manifestações artísticas, será palco garantido para novos talentos se expressarem e encontrarem seu habitat.

 

 

 

Sobre Renata Vale

 

Nascida em Fortaleza, Ceará, Renata Vale mudou-se para São Paulo em 2011, onde estabeleceu residência. Seu antigo interesse pelas artes visuais consolidou-se diante da efervescência cultural que a capital paulista proporciona. Assim, em 2016, Renata inscreveu-se e passou a frequentar o curso de fotografia da Escola Panamericana de Arte, em São Paulo, e iniciou suas pesquisas e experimentações nesse campo. Em 2019 participou da expedição fotográfica em Alter do Chão, no Pará, com Eder Chiodetto, e ficou raízes permanentes na fotografia.

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