Por: Vivian Silva

A trajetória é longa, desde a formação da banda Panico X (@bandapanicox) no Japão, em 2002, até os dias atuais. Em maio, o grupo lançou o single “Na Onda do Berimbau (Capoeira Real)” – disponível nas plataformas digitais – e promete mais novidades ainda para 2022, como a gravação de um documentário sobre a história do grupo, que completa 20 anos em agosto.

Da formação original da banda, está apenas o Denis Moraes Oyakawa, conhecido como Contramestre Japa, 45 anos, vocalista do grupo. Natural de Santo André, no ABC Paulista, ele conta que, inicialmente, o Panico X surgiu quando ele e os demais integrantes decidiram fazer um som autoral, pois antes desta denominação eles se apresentavam como Aviso Prévio, banda que fazia covers de músicas brasileiras na noite do Japão e chegou a abrir shows de artistas como, por exemplo, Raimundos, O Surto e Skank.

Atualmente, na nova formação do grupo estão os músicos: Heverton Chagas Faustino, conhecido como Bbzão Capoeira (percussão); Leonardo Correa de Toledo, o Lello (percussão); Guilherme Rocha, o Gui (guitarra); Marco Hideki Furlaneto Oyakawa, ou simplesmente Kinho (baixo) e Michael Yuri Saito de Camargo, o Maicow (percussão).

Já a sonoridade do grupo também tem novidades ou mais “batucadas” como diz o Contramestre Japa. Com forte influência da capoeira, o som do grupo transita por diversas vertentes musicais. Confira a seguir os principais trechos da entrevista exclusiva com o vocalista.

Viva Cidade News (VCN) – Atualmente, como você define a sonoridade do Panico X?

Contramestre Japa (CJ) – Para você ter uma ideia, o novo show se chama ‘Iê Batu Quebrada’, o ‘iê’ é uma palavra usada na capoeira, quando você quer chamar a atenção, por exemplo, quando você quer parar a roda, você fala ‘iê’ e ‘batu quebrada’ é a batucada da quebrada, mas a gente tem conversado muito sobre isso, que o nosso som é difícil de classificar, mas a gente batizou de novo samba rock.

VCN – Em maio de 2022, vocês lançaram o single “Na Onda do Berimbau (Capoeira Real)”. Comente a história dessa música.

CJ – Esse foi o nosso último single, a gente colocou esse nome ironizando uma polêmica que surgiu, alguns meses antes, de um funk que se chama ‘Na Onda do Berimbau’. Surgiu a polêmica, porque são aqueles funks ‘pesados’ e no meio disso tudo foi gravado o videoclipe dessa música numa academia de capoeira. A comunidade de capoeiristas do Brasil e do mundo, inclusive, por que eu tenho amizade com bastante gente fora do Brasil, se revoltou de ter misturado essa imagem do funk ao denegrir a imagem da mulher com a capoeira e vender isso para fora. Resumindo, eu comecei a escrever algumas coisas que eu pensava sobre a capoeira… mais ou menos, essa é a história.

VCN – No show, vocês mesclam o repertório autoral com canções de outros artistas. Como é feita a seleção do setlis?

CJ – A gente coloca a maior parte autoral e uns quatro covers, que na verdade são versões que a gente faz, a gente cria os arranjos, dá também uma modificada, um som que é rock a gente faz rap (e vice-versa). Essas músicas, no geral, são influências para a gente.

VCN – Para 2022, o que os fãs do Panico X podem esperar ainda?

CJ – É o ano da nossa comemoração de 20 anos de banda. A gente está desenvolvendo um documentário sobre os 20 anos, espero que a gente consiga finalizar até o fim do ano, porque para banda independente as coisas não são fáceis, precisamos buscar parceiros. E estamos lançando singles, agora, a gente lança uma música que se chama ‘Panico X SA’, esse SA é de Santo André. E, no 2º semestre, lançaremos o ‘Américas’ que terá a participação do Julian, que é um americano da Filadélfia, que tocou com a gente, em 2019, no Brazilian Day, e virou meu amigo, ele tem uma banda lá que se chama Worldtown Soundsystem (@worldtown).